sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Libertando-se das Ataduras




 Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido... Disse Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias. Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram, então, a pedra... E Jesus clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir. Jo 11.32-44.

 Quero chamar a atenção para alguns pontos importantes nesse texto tão simples e precioso:

 O afastamento da presença de Jesus, mesmo que sejamos amigos dele, pode causar a nossa morte – porém, quem crê em Jesus, ainda que morra, viverá;

 Existem alguns "sepulcros" em nosso interior que, se Jesus mandar remover-lhes a pedra, vão exalar mau cheiro, pois há coisa morta lá dentro – mas Jesus manda remover a pedra, pois quer nos ministrar sua vida e seu perfume;

 A pessoa, mesmo após ter sido vivificada por Jesus, pode ainda estar amarrada com algumas ataduras – e Jesus também manda que sejam tiradas.

 Esses três princípios podem ser aplicados a muitas questões de nosso dia-a-dia, mas quero me deter na questão da simplicidade. Podemos ver aqui um quadro das nossas vidas depois que fomos chamadas da morte para a vida, convertendo-nos ao Senhor Jesus.

 Antes estávamos mortos em nossos delitos e pecados, nossas vidas eram verdadeiros sepulcros e cheiravam mal. Mas cremos em Jesus e fomos, com isso, vivificados por ele. Atendemos ao chamado, saímos para fora, mas não passamos logo a experimentar uma vida de plenitude, pois, como Lázaro, ainda estávamos amarrados com muitas ataduras. Essas ataduras representam aquelas práticas do passado, certos hábitos que tínhamos, coisas que fazíamos para dar uma aparência melhor ao nosso "defunto pessoal", para melhorar nosso cheiro diante das pessoas. Mas depois de vivificados por Jesus, não precisamos mais delas – temos a Vida, temos uma aparência melhor. Aleluia! E essas amarras agora só nos atrapalham, não nos deixando experimentar um fluir de Deus mais intenso, entrar na plenitude do evangelho.

 Essa teologia faz sentido para você? Está precisando se livrar de algumas ataduras ainda? Vou dar apenas alguns exemplos:

 1) A não confiança na provisão de Deus

 Há alguns meses, li um estudo (Conspiração Divina, Dallas Willard, Editora Mundo Cristão, pág. 289) e, depois de me imaginar dentro da mesma situação, fiquei estarrecido: Alguém entrou no quarto de seu filho e levou um tremendo susto com o que encontrou no meio das roupas emboladas, como se estivesse escondendo algo precioso - um pacote de biscoitos, um tubo de pasta de dente, algumas fatias de bacon, um pedaço de fio dental, junto a outros itens de uso diário. A princípio, o pai apenas achou estranho o fato, até indagar do filho o significado desses objetos guardados. O filho explicou que sempre tinha todas essas coisas disponíveis em sua casa, e que seu pai sempre as comprava. Mas se acontecesse de um dia o pai deixar de comprá-las, ele teria um estoque de reserva para sua manutenção. O pai caiu em profunda tristeza com essa atitude de seu filho e chorou amargamente, com imensa decepção. Suas palavras quase não saíam: "Meu filho, por que isso? Não tenho diariamente suprido todas as suas necessidades?"

 Até esse ponto, a história parece algo bobo, ilógico, sem qualquer significado para nós. Mas não é exatamente isso que fazemos com nosso Pai Celestial, através de atitudes que revelam nossa falta de confiança nele? "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje..." Foi assim que aprendemos a orar, de acordo com as palavras de Jesus. Quantas vezes repetimos isso, sem atentar ao menos para o seu significado? Precisamos parar de viver em função de guardar coisas para o dia em que Deus falhar! Quando realmente confiarmos em Jeová-Jiré, nosso Provedor, uma grande revolução acontecerá em nossas vidas.

 2) Considerar a abundância de bens materiais como sinal da bênção de Deus

 Simplicidade significa abrir mão de certos hábitos, de comprar certas coisas, não por falta de dinheiro (pois muitos são simples devido às circunstâncias, mas não pela pobreza de espírito, mencionada por Jesus), mas porque entendem que não devem juntar tesouros nesta terra. Em vez de comprar um Nike, compram um Bamba. Mesmo com dinheiro suficiente para adquirir um carro de luxo, continuam andando de Fusca ou Uno Mille.

 Francisco de Assis era riquíssimo, mas escolheu uma vida de simplicidade depois de ter uma forte experiência com Deus, o que produziu um verdadeiro avivamento na Itália, com repercussões até no Vaticano. Diariamente repassava todos os donativos que recebia além de suas necessidades diárias, pois cria que, no dia seguinte, Deus proveria tudo de que precisasse.

 Conheço uma cristã em Niterói, RJ, que tem uma grande experiência com Deus nessa área. Recentemente, perguntei a ela o seu segredo. Ela simplesmente me disse que tem se alimentado de Jesus e não tem mais fome para as coisas do mundo. Jesus a sacia plenamente, e posso testificar que realmente está acostumada a participar de verdadeiros banquetes na presença de Deus. Mas nada disso foi por imposição religiosa nem por doutrinas de falsa piedade – foi fruto de intimidade com Deus e por ter encontrado a pérola de grande valor.

 Esse assunto precisa ser encarado com responsabilidade, pois não se trata de legalismo ou imposição de conduta. O que está em jogo não é a aparência exterior, mas as intenções e propósitos do coração (Mt 6:1). Não queremos também voltar ao movimento hippie dos anos 60, quando muitos jovens deixaram tudo para uma vida de paz e amor, sendo que continuavam sustentados pelos "papais" industriais e burgueses.

 Mas algumas pessoas que já têm uma conduta exemplar, como o jovem rico, são chamadas por Deus a entrarem em uma outra dimensão no reino dele – são as que podem ter, mas abrem mão, as que deixam tudo porque encontraram algo de maior valor, algo que o dinheiro não pode comprar. A primeira realidade espiritual perdida pela igreja primitiva talvez seja a última a ser restaurada – uma vida desapegada do dinheiro, dos bens materiais.

 3) A necessidade do reconhecimento religioso


 Nos tempos bíblicos, havia um único pastor – o Senhor. Todos os demais ministérios estariam no nível daqueles cachorrinhos que correm em volta das ovelhas, ajudando o Pastor a cuidar de seu rebanho. Você pode até dizer que havia apóstolos, bispos, mestres, no entanto estes não eram cargos, mas encargos (ou funções) desempenhadas pelos membros do Corpo.

 Hoje existe uma busca tão frenética e desenfreada por títulos eclesiásticos que fico até assustado. Estamos chegando à época em que teremos mais apóstolos que ovelhas (uma só igreja próxima ao meu local de trabalho tem 70!). Com tantos apóstolos, surgiu até a necessidade de um título para quem é maior que apóstolo. Pai-póstolo? Chanceler?

 Quem não se alimenta de Jesus fica faminto por títulos e honrarias humanas. Os escribas e fariseus praticavam obras com o fim de serem vistos pelos homens (Mt 23.5-7). O ensino de Jesus que diz "o maior dentre vós será o vosso servo" perdeu completamente o sentido na igreja moderna. Quando buscamos reconhecimento humano, comumente Deus se afasta porque esse assunto não lhe diz respeito. Não é à toa que o primeiro mandamento é "Não terás outros deuses além de mim". Ele quer nosso coração voltado só para ele.

 Quando temos preocupação com a impressão que estamos causando aos outros ou encaramos a reputação como um tesouro a ser conquistado e guardado, isso se torna um laço para nós. Vai tirando nosso fôlego de vida e, como Lázaro, começamos a cheirar mal. Em vez de nos arrependermos e voltarmos a nos alimentar de Jesus – o Pão dos Céus – enfaixamo-nos com gazes e ataduras para nos embelezar. Vamos nos enrolando cada dia mais.

 Em 1997, encontrei um homem de Deus no Rio de Janeiro, com quem estava sem contato há 15 anos. Tive a oportunidade de lhe perguntar sobre o que Deus estaria para fazer na igreja, em nossos dias, já que esta pessoa teve uma atuação muito expressiva em trazer grandes revelações de Deus para o Brasil. A resposta que ouvi foi a que menos esperava: "Não existem grandes revelações para nossos dias; Deus quer nos levar para as coisas simples, para as verdades elementares do evangelho – o sangue, a comunhão, a ceia, a cruz". Saí dali mancando, como Jacó, como se tivesse sido tocado no meu nervo ciático. E, de lá para cá, tenho compreendido que realmente Deus quer nos levar para as coisas mais simples, as quais temos abandonado, complicando e tentando modernizar a vida cristã.

 Se você está como Lázaro, deixe alguém tirar a pedra do sepulcro em que você se meteu. Vai exalar mau cheiro, mas quando Jesus injetar vida nas suas veias, o cheiro de morte irá embora. Quando for vivificado, deixe também que alguém tire suas ataduras. Para a liberdade foi que Cristo nos libertou (Gl 5.1).

 Ezequiel Netto faz parte do Conselho Editorial da revista Impacto. É médico veterinário e reside atualmente em Campinas, com sua esposa Val e suas três filhas. E-mail: ezequielnetto@ig.com.br

por Ezequiel Netto

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A Restauração da Família e o Fim do Mundo -por harold walker

A Restauração da Família e o Fim do Mundo -

"Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor" (Is 55.8).

Os Caminhos de Deus e os Nossos

Se fomos feitos por Deus à sua imagem e semelhança é de se supor que compartilharíamos com ele a mesma maneira de pensar sobre tudo, mas esse não é o caso. De fato, ao estudarmos o propósito eterno de Deus e o desenrolar desse propósito através da história, o seu modo de agir não cessa de surpreender-nos. E, com certeza, quanto mais nos aproximarmos do desfecho final da história, mais estarrecidos ainda ficaremos diante da imensa distância que existe entre nosso modo de pensar e o dele.

Sem dúvida, mesmo se o pecado não tivesse entrado no mundo, os caminhos e pensamentos de Deus seriam muito mais altos do que os nossos e ficaríamos constantemente maravilhados e boquiabertos diante da sua genialidade e sabedoria. Creio, porém, que a diferença seria mais em termos de tamanho, alcance e potência do que de natureza. Com o pecado, aconteceu uma diferenciação muito maior entre o pensamento do homem e o de Deus, uma diferença de enfoque, de alvo, de natureza. Ficamos com as mentes obscurecidas, baseadas numa lógica torcida, o que torna os caminhos de Deus totalmente estranhos para nossa mente natural.

Por esse motivo, não podemos pensar sobre os últimos dias e a nossa preparação para os acontecimentos que virão sobre a Terra sem levar isso em consideração. É como se tivéssemos um instrumento de medição que distorcesse os dados, o que torna necessário descontar a porcentagem de distorção se quisermos algum resultado confiável. De uma coisa podemos ter certeza, o plano de Deus para a consumação dos seus propósitos sobre a terra vai surpreender a todos!

Por outro lado, sabemos que é da expressa vontade de Deus não agir sozinho na história, mas usar o homem como seu coadjuvante. Se Deus quisesse agir sozinho, ele não teria criado a Terra e o homem. E se for para cooperarmos com ele, é necessário que entendamos seu modo de pensar e agir, pelo menos o suficiente para cada passo, a fim de podermos trabalhar em harmonia com ele. A Bíblia é a história de como homens ouviram de Deus e agiram em conformidade com o que ouviram (muitas vezes contrariando o "bom senso" natural), contribuindo assim para o desdobramento do plano de Deus em sua geração.

É trágico quando alguém, com toda boa intenção, faz as mesmas coisas que outros fizeram, pensando assim agradar a Deus, quando na realidade está até atrapalhando os planos de Deus. Sabedoria não é agir desta forma ou daquela, mas fazer a coisa certa na hora certa. Há tempo e lugar para tudo. Fazer a coisa certa na hora errada é como a combustão interna de um motor ocorrer no tempo errado - quebra tudo!

Para Noé agradar a Deus, ele teve que trabalhar por 100 anos, pacientemente se levantando cada manhã e construindo mais um pouco da arca. Não adiantaria nada ele ter uma crise de consagração e sair doido para fazer a arca um ano antes do dilúvio! Da mesma forma, nós hoje temos a responsabilidade de ouvir de Deus sobre os seus planos para o mundo e para a igreja nos próximos anos e modificar nosso estilo de vida de acordo com o que ouvimos. Os grandes eventos da história não acontecem repentinamente - sempre há um tempo de preparação. Se quisermos ser instrumentos de Deus no futuro, precisamos nos preparar a partir de já!

Família ou Exército?

Por mais que haja divergências de opinião sobre os acontecimentos dos últimos dias, em um ponto todos concordam: serão dias de guerra! É impossível ler Apocalipse e Mateus 24, ou qualquer outra passagem bíblica sobre os últimos dias, sem entender isso. Deus e Satanás têm lutado um contra o outro desde o início e, agora, na consumação das eras, ocorrerão as últimas batalhas entre os dois.

Se isso é verdade, os dias atuais devem ser dedicados à preparação dos exércitos de Deus, para que, nesses últimos embates, Deus ganhe e o seu reino seja estabelecido de fato sobre a Terra. Se ele escutasse nossa opinião, essa preparação consistiria das seguintes atividades: convocação, arregimentação e treinamento de muitos soldados em toda a Terra. Esse treinamento permitiria que os soldados usassem todo o arsenal divino para detonar os inimigos, obedecessem a uma hierarquia clara e estabelecida e conhecessem todas as fortalezas e estratégias do diabo. Enfatizaríamos batalha espiritual e concessão de poderosos dons espirituais.

Por outro lado, não existiria nada mais longe do nosso pensamento do que a restauração da família. Aliás, ao focalizar as grandes batalhas finais, não haveria espaço na nossa atenção para o próprio conceito de família, restaurada ou não. Na vida natural, não existem conceitos mais distantes entre si do que o de exército e o de família. O exército é um ajuntamento de pessoas ligadas entre si por autoridade hierárquica, vida austera e disciplinada e um propósito claro em vista - derrotar um inimigo específico através de meios violentos. Já a família é uma aliança entre um homem e uma mulher para formar um ambiente seguro para a criação de filhos e sempre evoca visões bucólicas de paz, amor, prazer e harmonia.

De acordo com a nossa visão natural, ao nos aproximarmos do fim, a família seria algo do passado, cuja validade expirou. Agora precisaríamos entrar na luta mortal contra o mal e depois viria o reino de Deus quando ninguém casa nem se dá em casamento. Portanto, a família, como nós a conhecemos, seria extinta de uma vez por todas.

Mas os pensamentos de Deus não são os nossos e ele decidiu colocar a restauração da família como peça central na sua estratégia de guerra final. "Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes do grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição" (Ml 4.5,6).

A família, que nosso pensamento deixaria em último lugar nesta fase, está em primeiro lugar no pensamento de Deus. Diante da iminência de pestes, perseguição e catástrofes que acometerão a terra com intensidade cada vez maior, nosso senso comum humano consideraria uma péssima idéia criar filhos e formar famílias. Isso ficaria para um tempo de paz e prosperidade quando não houvesse nuvens escuras no horizonte. Mas Deus não pensa assim. Ele pensa o contrário. É justamente neste contexto que ele fala de uma restauração da família nunca antes vista na história do mundo! Por quê?

Família - Alvo Preferencial de Satanás Hoje

Antes de responder essa pergunta, precisamos atentar para outro detalhe: o Inimigo também, em nossos dias, considera a família seu alvo preferencial. Cada vez mais, tem lançado ataques contra a família, a qual, atualmente, encontra-se sitiada por todos os lados.

Vejamos alguns exemplos:

Numa pesquisa de opinião feita com uma amostra representativa de 695 pastores de todas as partes dos Estados Unidos, publicada na Revista Facts&Trends, na edição de novembro/dezembro de 2004, 43% dos pastores citaram divórcio como a ameaça número um contra a família; 38% citaram influências negativas da mídia; 36%, materialismo; 24%, pais (homens) ausentes; 22%, a falta de um dos pais ficar em casa com os filhos; 18%, coabitação antes do casamento; 17%, pornografia; e 14%, a falta de ensino de moralidade nas escolas. Não é impressionante o número de armas que o Inimigo está usando contra a família?

No quadro na página anterior, você pode constatar que, apesar do crescimento exponencial do número de evangélicos no Brasil, a família tradicional (composta de pai, mãe e filhos) parece estar no meio de um processo de extinção. O número de famílias que conta com a presença de apenas um dos progenitores cresce a cada dia, como também o número de casais sem um compromisso legal de casamento.

Uma das questões mais discutidas na sociedade moderna em toda parte do mundo hoje é a legalização do casamento de homossexuais. Por que há tanta ênfase sobre isto? O homossexualismo sempre existiu, mas a discriminação contra os homossexuais nunca foi tão combatida como agora. Ora, se eles nunca antes tiveram tanto reconhecimento e defesa dos seus direitos, por que uma luta tão forte para reconhecer legalmente a sua união como casamento? Se a tendência atual é menosprezar a santidade do casamento, juntar-se sem compromisso legal e trocar de cônjuge quando quiser, por que os homossexuais estariam caminhando na contramão dessa tendência ao exigir o direito de "casarem-se", de entrarem numa instituição baseada nos valores da tradição judaico-cristã?

A resposta é que o homem caído não quer apenas a liberdade e o direito de pecar - ele quer que o errado seja declarado certo e isso dentro da legislação máxima da nação! Ele quer através deste golpe certeiro ferir as próprias bases do casamento, declarando que é algo criado pelo homem e que pode ser redefinido de acordo com os caprichos e desejos da maioria. Ele quer enfiar o dedo no nariz de Deus, dizendo que a criação de filhos e a sobrevivência da humanidade na face da Terra não dependem de cada nova geração de crianças receber uma herança de amor e autoridade que vem do relacionamento de amor e fidelidade entre um pai e uma mãe.

Parece que existe uma conspiração nesse sentido por trás da mídia e dos meios acadêmicos, sociais e políticos, em todo o mundo hoje. Logo após a reeleição de Bush como presidente dos EUA, em parte pela mobilização dos evangélicos em torno das questões de aborto, casamento homossexual e pesquisas com células-tronco, veio uma enxurrada de artigos ferinos na mídia brasileira dizendo que a vitória de Bush significava "o triunfo das trevas na terra da democracia"! (Exemplos: colunas de André Petry e de Roberto Pompeu de Toledo na VEJA de 10/11/2004).

Num de seus programas de sábado de manhã, na Rede TV, pouco tempo depois, o Pr. Silas Malafaia expôs com muita propriedade a total falácia dos argumentos desse tipo de jornalista. A ciência moderna nem existiria não fosse o seu berço cristão! O que eles chamam de "trevas", na verdade, foi a luz que transformou o mundo ocidental e causou o seu atual domínio sobre toda a Terra! O Pr. Malafaia também citou o trabalho de um conceituado sociólogo (Charles Winck), que mostrou que de um total de 2.000 civilizações que já existiram ou ainda existem na Terra, apenas 55 eram unissexuais, ou seja, não faziam distinção entre os papéis do homem e da mulher, todas as quais se extinguiram rapidamente. Nenhuma sociedade pode ser mais forte que suas famílias e a família depende de homens e mulheres que conhecem e assumem seus papéis peculiares.

Uma das maiores questões que desafiam nossa civilização moderna é o terrorismo islâmico. Alguém se lembra quando isso começou a ressurgir em nossos dias? Foi no Irã com a queda do xá e o estabelecimento do governo fundamentalista do aiatolá Khomeini, em 1979. Ele protagonizou um reavivamento mundial do radicalismo islâmico e chamou os EUA, com sua cultura moral decadente, de O Grande Satã. Até hoje, uma das raízes do profundo ódio que abastece a paixão destruidora dos terroristas islâmicos é a libertinagem sexual da cultura ocidental. É óbvio que eles, apesar de serem tão radicalmente contra a exposição do corpo feminino em suas culturas, também não são guardiões fiéis dos valores da família (é de conhecimento geral os padrões duplos nas culturas islâmicas - restrição absoluta das liberdades das mulheres e liberdade total para a promiscuidade e infidelidade dos homens), mas não deixa de ser revelador que a destruição dos valores morais que sustentavam a família no Ocidente produziu um dos maiores flagelos do mundo ocidental hoje.

Uma coisa é certa: seja qual for a sua posição em relação a todas essas questões contemporâneas, a instituição da família se encontra no centro de quase todas. Uma tremenda batalha está sendo travada contra e a favor dela.

Por que Deus Prioriza a Restauração da Família no Fim dos Tempos?

Para responder a essa pergunta, precisamos nos reportar à origem e essência da família. "Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gn 1.27). Não foi só o homem que foi criado à imagem de Deus, mas o homem e a mulher juntos, a família.

"Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus e na terra toma o nome..." (Ef 3.14,15). Não existe família sem pai e não existe pai sem o Pai celestial, origem de toda paternidade nos céus e na terra. A família não é apenas uma maneira conveniente que a natureza achou para a perpetuação da espécie - é a imagem de Deus na terra! A família tem propósitos e funções naturais, mas, muito além disso, representa uma realidade espiritual e eterna.

"Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à igreja" (Ef 5.31,32). Antes do mundo existir, já existia uma família, a Trindade, e depois do mundo terminar, essa família continuará a existir, com uma nova integrante - a Noiva do Cordeiro.

É por isto que Satanás ataca a família com todas as suas forças - ele quer denegrir o que Deus tem de mais precioso na Terra. E é por isso que Deus promete restaurar a família nos últimos dias. Ele não desistirá do seu propósito inicial - encher a terra com manifestações visíveis da sua família celestial. A autoridade, o respeito, a obediência, o amor, a devoção, a comunhão e a amizade que existem entre o Pai e o Filho, através do Espírito Santo, precisam aparecer num contexto humano sobre a Terra para que a honra de Deus seja reivindicada e Satanás fique eternamente envergonhado. E o canal para isto é a família humana e, mais particularmente, o relacionamento entre pais e filhos.

Onde Estão os Pais Hoje?

Há pouco tempo, o grande tema da sociedade era a libertação das mulheres da milenar opressão machista. Os movimentos feministas alcançaram vitória após vitória a duras penas e conseguiram lentamente reverter preconceitos básicos embutidos nos costumes e legislações de várias nações modernas. Apesar de ainda existir muita coisa a ser feita neste campo, como, por exemplo, remuneração igual por serviço igual, a sociedade está começando a tomar conhecimento de um outro tipo de problema: perdeu-se o conceito do que significa ser homem.

Esta constatação tem produzido livros campeões de vendas como Criando Meninos, lançado no Brasil em 2002, depois de vender 11 milhões de exemplares na Europa, nos Estados Unidos e na Austrália. Nesse livro e em outros que tem escrito recentemente, como Por Que os Homens São Assim?, o terapeuta inglês, Steve Biddulph, aponta os homens como o novo sexo frágil e diz que é preciso uma nova geração de homens para lidar com os novos desafios de nossa época.

Citamos a seguir trechos de uma entrevista que ele concedeu à Revista Época (Edição 256, 14/04/2003):

"Não há nenhuma dúvida de que os meninos estão vivendo uma crise cada vez maior. Essa não é uma conclusão nova, mas se torna crescente a partir do momento em que vemos as garotas com horizontes tão abertos, mais seguras, emocional e fisicamente. No mundo inteiro, e isso inclui o Brasil, os meninos e adolescentes estão morrendo, em média, três vezes mais do que as meninas da mesma idade de causas como acidentes de carro, violência, suicídio. Além disso, seu desempenho escolar vem decaindo a cada ano, na média geral. O depoimento dos professores é que a maioria está desmotivada, sem objetivo na vida. Ser homem não está sendo um fator atrativo para eles, e muitos jovens acabam tentando manter uma vida de adolescente por mais tempo do que deveriam. Têm medo do futuro. Há inúmeras razões para isto. Uma delas é que nunca uma geração conviveu tão pouco com o pai. Com a industrialização e o mercado de trabalho competitivo, as crianças ficam cada vez menos com tios, avôs, primos mais velhos - homens da família. Os meninos não têm referências masculinas em sua vida e se ressentem mais do que as meninas, porque, afinal, também são homens."

Você consegue perceber o drama? Para ter família, precisa-se de pai. Mas para ser pai, este primeiro precisa ter tido um pai! A estratégia de Satanás é destruir os resquícios da imagem de Deus na Terra através de destruir a família; destruindo os pais, ele consegue destruir a família. Isto não é novo - há muitos exemplos históricos de tentar destruir uma cultura através de destruir os homens (Ex.: Faraó destruindo os filhos masculinos dos hebreus no tempo de Moisés).

Mas não podemos nos desanimar. Deus prometeu enviar o ministério profético de Elias para voltar o coração dos pais para seus filhos. Só não podemos ficar neutros ou passivos diante dessa situação. Isso não deve ser apenas assunto de oração ou pregação. Precisamos cooperar com Deus em seu trabalho de restaurar nos homens o senso do seu valor e sentido especial diante de Deus. Precisamos entender que é no dia-a-dia, no interessar-se por todos os detalhes da vida de nossos filhos, naturais e espirituais, que o caráter é formado e a imagem de Deus é captada. E mais do que tudo isso, é quando nós mesmos, os pais, conhecemos a Deus como Pai, sentindo seu amor e correspondendo à sua disciplina em áreas específicas de nossas vidas, que passamos a transmitir a sua paternidade para nossos filhos.

Mais do que expulsar demônios, promover campanhas evangelísticas, ressuscitar mortos, curar doentes ou construir igrejas, precisamos buscar as condições para a multiplicação de pais na Terra! É através de famílias sadias, equilibradas, justas e amorosas, naturais e espirituais, que o diabo será envergonhado e Deus exaltado. Mesmo se a pessoa não teve o privilégio de ser criada numa família assim, o desejo de Deus é que ela encontre na igreja uma família espiritual que possa curar as eventuais deficiências que teve na criação e transformá-la num soldado valente no seu exército. Para lutar pela causa de Deus é necessário conhecê-lo, e para conhecê-lo é necessário viver em família, experimentando a paternidade celestial através da paternidade humana.

A Natureza de Deus Inclui o Masculino e o Feminino

No livro Alma Sobrevivente, Philip Yancey, ao comentar sobre a grande contribuição de um famoso escritor japonês, Shusaku Endo, fala sobre as duas naturezas de Deus, a masculina e a feminina. Por não entender isso, os homens têm inventado tantas teorias desvairadas e tolas, como as doutrinas que divinizam a virgem Maria, mãe de Jesus. Por não acharem a contribuição feminina em Deus, tentaram atribuir a Maria essa função de imortalizar o lado feminino, chamando-a de "mãe de Deus".

Veja, porém, o que as Escrituras mostram sobre este lado de Deus:

"Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei a meu filho. Quanto mais eu os chamava, tanto mais se afastavam de mim... Todavia, eu ensinei aos de Efraim a andar; tomei-os nos meus braços; mas não entendiam que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para lhes dar de comer" (para dar o peito para que mamassem) (Os 11.1-4).

"Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei..." (Is 66.10).

"Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o resto da casa de Israel, vós que por mim tendes sido carregados desde o ventre, que tendes sido levados desde a madre. Até a vossa velhice eu sou o mesmo, e ainda até as cãs eu vos carregarei; eu vos criei, e vos levarei; sim, eu vos carregarei e vos livrarei" (Is 46.3,4).

"Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti" (Is 49.15).

"Jerusalém, Jerusalém que matas os profetas, e apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta a sua ninhada debaixo das asas, e não quiseste!" (Lc 13.34).

A seguir, um trecho do livro Alma Sobrevivente:

"O terapeuta Erich Fromm diz que um filho de uma família equilibrada recebe dois tipos de amor. O da mãe tende a ser incondicional, aceitando a criança, independentemente do que ela faça ou de como se comporte. O amor do pai apresenta a tendência de ser mais voltado à provisão, mostrando aprovação quando a criança apresenta certos padrões de comportamento. Numa situação ideal, diz Fromm, uma criança deveria receber e internalizar os dois tipos de amor. De acordo com Endo, o Japão, uma nação de pais autoritários, entendeu o amor de pai de Deus, mas não o amor de mãe. Um velho ditado japonês lista as quatro coisas mais horríveis do mundo como sendo ‘incêndios, terremotos, relâmpagos e pais’. Em minhas viagens ao Japão, muitas pessoas me falaram de seus pais autoritários que nunca pedem desculpas, são emocionalmente distantes, não demonstram nada que se pareça com amor ou graça, que fazem muitas críticas e poucos elogios. A conclusão de Endo é que, para que o cristianismo apresente algum apelo ao povo japonês, precisará enfatizar o amor materno de Deus, o amor que perdoa erros, cura feridas e atrai os outros para si, em vez de forçá-los a vir."

Através de toda a Bíblia, Deus é retratado como sendo grande em misericórdia e justiça. É um Deus que é amor, mas também fogo consumidor. Enquanto nossa imagem de Deus não incluir esses dois lados com toda sua força e impacto, será uma imagem defeituosa e deturpada. E sem um ponto de referência correto, a família perde sua identidade e começa a naufragar num mar de relativismo, extremos e carências. Deus quer restaurar sua imagem na Terra e o canal para isso é a família. Por isso, a restauração da família é sua arma principal nas últimas batalhas contra Satanás.

fonte.revista impacto

por Harold Walker

sábado, 4 de dezembro de 2010

complexo do alemão-Diante do Trono no Rio em 18/12

Diante do Trono fará show no Complexo do Alemão no Rio Dia 18/12, o Ministério Diante do Trono fará um show no Complexo do Alemão. O lugar que ficou marcado pela guerra do tráfico agora será palco do amor de Deus com um chamado para promover a paz.


O evento terá o compromisso de clamar e ministrar a paz sobre a nação brasileira e o Rio de Janeiro.


Motivos de Oração:


- Pelos moradores das vilas e comunidades do Rio de Janeiro, para que possam ser sarados de todo sentimento de medo, pânico, dor, desigualdade e opressão.


- Por todos aqueles que estão envolvidos direta ou indiretamente com a criminalidade e violência, seja pelo uso de drogas ou pela participação no tráfico, para que sejam libertos e curados pelo poder que há em Jesus e para que ao invés de verem suas vidas entregues ao enfrentamento cotidiano do mundo do crime, possam entregar suas vidas ao Príncipe da Paz, Cristo Jesus.


- Pelas operações de segurança promovidas pela Polícia em parceria com o Bope, Marinha e outros centros especializados nessa área no Brasil, para que todas as estratégias sejam realizadas segundo o coração de Deus, para que o Eterno dê a eles discernimento, sabedoria e um desejo intenso de promover a paz.


- Para que após os confrontos dos últimos dias, o Rio de Janeiro, não apenas a Capital, mas todo Estado sejam tomados pela glória de Deus.


- Para que Ana Paula Valadão e toda equipe do Ministério Diante do Trono sejam protegidos e guardados no cumprimento dos planos de Deus durante a ministração no Rio, para que a semente plantada no coração das pessoas encontre terreno fértil, germine e dê frutos para glória de Deus.


- Por toda Igreja de Cristo, compremetida com a causa da população carioca, que em oração, intercessão, clamor e contribuição com os ministérios levantados para promover a paz na "cidade maravilhosa", tem sido instrumento do Senhor para expansão de Seu Reino aqui naTerra.


- Para que ainda mais pastores, missionários e obreiros da Casa do Senhor se comprometam em não cessar esforços para levar o amor de Cristo até o território fluminense, para que esse povo testemunhe que experimentou do poder de Deus, da cura e da transformação de vida, em nome de Jesus.


Dia: 18/12


Horário: às 18h

Local: Complexo do Alemão (Quadra Esportiva)

Organização: Globo Rio/ Afroreggae

Entrada Franca

domingo, 21 de novembro de 2010

Tendo Um Encontro Com Deus-por Henry Blackaby


O texto a seguir foi editado a partir de uma mensagem ministrada na Conferência de Oração organizada por “Harvest Prayer Ministries”, em outubro de 2006 na Maryland Community Church (Igreja da Comunidade de Maryland) em Terre Haute, Indiana, EUA.

Quando estamos na presença de Deus, mudanças radicais acontecem na nossa vida. As Escrituras mostram que quase todos aqueles que tiveram um encontro com Deus foram imediata e permanentemente transformados. Apesar disso, de algum modo temos dificuldades para entender que é esse mesmo Deus das Escrituras que se encontra conosco hoje. Nosso primeiro e principal objetivo em ir à casa de Deus deveria ser esse tipo de encontro divino. Podemos até afirmar que experimentamos a presença de Deus nas nossas reuniões, mas geralmente não há qualquer transformação interior que o comprove.

O momento do seu encontro com Deus é determinado por ele, não por você. Pode ser através de um texto nas Escrituras. De repente, o Espírito de Deus toma a Palavra e, usando-a como uma espada de dois gumes, penetra alma e espírito, juntas e medula, discernindo pensamentos e intenções do coração (Hb 4.12). Você fica totalmente exposto diante dele. Você sabe quando está se encontrando com Deus, porque ele comove cada partícula do seu ser. E ele sabe quando chega o momento oportuno, por isso seus encontros com você sempre acontecerão na “plenitude do tempo”, o tempo de Deus para sua vida.

O Encontro de Isaías com Deus

No capítulo seis de Isaías, vemos um dos mais notáveis encontros entre Deus e um homem. Deus sabia exatamente onde estava o problema de Isaías, por isso preparou um encontro perfeitamente adequado à necessidade de mudança radical em sua vida. Isaías se viu diante da santidade de Deus. Falamos hoje sobre estar na presença da santidade de Deus, cantamos a respeito disso – no entanto não o experimentamos, de fato. Se tivéssemos a oportunidade de estar diante da santidade de Deus, garanto que reagiríamos como Isaías: “Ai de mim, estou perdido! Porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios” (Is 6.5).

A presença e a santidade de Deus sempre expõem aquela necessidade específica em sua vida que o impede de ter um encontro mais profundo com Deus. A resposta imediata de Deus para Isaías foi tratar com seu problema dos lábios. Algo precisava vir do altar de Deus, e isso transformou sua vida. Brasas vivas do altar tocaram seus lábios, e uma coisa espantosa aconteceu. Quando seus lábios foram purificados, os ouvidos foram abertos. Deus não tocou os ouvidos, somente os lábios. Era isso que o impedia de ouvir. Deus estava falando o tempo todo, mas pela primeira vez Isaías ouviu suas palavras: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” Por causa do encontro e da mudança radical, houve uma resposta espontânea de Isaías: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (v.8).

Esse tipo de encontro poderia acontecer na sua vida? Você acha que existem pessoas para as quais Deus anseia muito enviá-lo? Você não acha que as multidões de povos não-alcançados ao redor do mundo estão pesando no coração de Deus, a ponto de levá-lo a procurar por alguém que atenda ao seu apelo: “Quem há de ir por nós?”? Além de tudo isso, ainda pesa sobre ele a tarefa de retirar do nosso coração aquilo que nos impede de ouvir e responder à sua voz.

Talvez a plenitude do tempo de Deus para você seja agora. Talvez, durante semanas ou meses, tenha havido uma santa inquietude no seu coração, levando-o a dizer: “Com certeza Deus tem mais para a minha vida do que apenas participar de cultos e atividades religiosas. Com certeza há algo mais”. E Deus está lhe respondendo: “Realmente há mais – e sempre houve –, contudo você deixou que a cultura contemporânea o envolvesse em atividades religiosas, tirando-o do relacionamento íntimo comigo”. Talvez hoje seja o momento especial de Deus para você; talvez este seja o tempo do seu encontro com Deus!

A chave do encontro não estava com Isaías. A chave estava com o Deus de Isaías, exatamente como a chave não estava com Abraão e, sim, com o Deus de Abraão. O Deus que se encontrou com eles é o mesmo que está aqui para nos encontrar. Você está pronto? Está buscando uma mudança em sua vida como a que aconteceu a diversas pessoas nas Escrituras, trazendo-lhes a revelação do coração de Deus?

Como Devemos Orar?

Li, há algum tempo, sobre um jovem pastor chinês que foi sentenciado a três anos de prisão e uma multa enorme por ter publicado um dos livros que escrevi: “Experiências com Deus”. É evidente que pesou sobre mim o fato de a perseguição ter vindo sobre ele e outros irmãos por terem distribuído um dos meus livros.

Pensei: “Como devo orar por esses irmãos na China? Que tipo de oração tenho feito até hoje?” O Senhor me mostrou, com certa severidade, que precisava haver uma mudança qualitativa na minha maneira de orar. Nossa maior necessidade não é de maior quantidade de orações, e, sim, de um relacionamento com Deus qualitativamente diferente. Você está pronto para Deus conduzi-lo a um novo tipo de relacionamento com ele na oração? Você gostaria de ser o tipo de pessoa que Deus chamaria para orar por causa do relacionamento de qualidade que tem com ele? Você sabia que a oração de uma pessoa assim pode trazer mudanças tremendas no país e no mundo todo? Considere seu andar pessoal com Deus e sua vida de oração; que mudanças precisam ser efetuadas a fim de que Deus possa operar profundamente através de você?

A Vida de Oração de Moisés

Veja comigo as orações feitas por Moisés, para entender o que está em jogo. O Deus que chamou Moisés para ficar na sua presença e ouvir o que estava no coração dele literalmente quebrou o coração de Moisés e o tocou de tal forma que ele ficou em oração diante do Senhor por quarenta dias e quarenta noites. O que ouvira de Deus foi tão significativo que não conseguiu comer nem beber nada durante quarenta dias, de tão angustiada que estava a sua alma. Moisés ficou entre o povo pecador e Deus, pleiteando por eles, chegando a pedir que Deus riscasse seu nome do livro da vida e os poupasse. De acordo com as Escrituras, as orações de Moisés mudaram o coração de Deus.

Quando foi a última vez em que, durante a oração, Deus veio e expôs o coração dele ao seu, causando-lhe profundo quebrantamento? Em Romanos 8.26, Paulo diz que uma de nossas fraquezas é que não sabemos como ou em favor do que devemos orar. Que provisão de Deus foi dada para nossa incapacidade na oração? Paulo diz que Deus concedeu o Espírito Santo para guiar-nos na oração, pois ele conhece a mente e o coração de Deus e sabe exatamente onde e como Deus está agindo.

Quando foi a última vez em que você caiu de joelhos e gritou: “Senhor, eu não sei orar como convém! Como devo pedir pelo meu Presidente? Como devo orar pelas próximas eleições? Nosso país está sendo destruído. Como, então, devo orar?” Se Deus revelasse ao seu coração como orar, você oraria com paixão e perseverança até que tivesse a certeza de uma resposta de Deus?

A nossa nação será transformada na mesma proporção em que tivermos disposição de orar dessa forma. Por outro lado, ela será transformada no sentido oposto se deixarmos de orar. Sua vida de oração e a minha, junto com a vida de oração coletiva das nossas igrejas, podem determinar o curso da história e, com certeza, fazer uma diferença decisiva na batalha contra as forças destrutivas que tanto enfraquecem a nossa nação.

A sociedade ocidental está sofrendo desmoronamento inacreditável na vida familiar, na ética nos altos escalões do poder e em outras maneiras antes inimagináveis, que agora se tornaram lugar comum. Onde está o povo de Deus que ora? A intenção de Deus é que a nação seja o resultado das orações do seu povo. Atualmente, como tenho observado em centenas de reuniões, a nação tem sido o resultado de orações casuais e descuidadas, feitas por pessoas que não acreditam mais que Deus possa impactar poderosamente seu país quando oram.

Moisés conhecia Deus o suficiente para saber que valeria a pena persistir em oração. Já havia aprendido o que pesava na mente e no coração de Deus. Veja o que ele disse em Deuteronômio 9.8: “Tanto provocastes o Senhor à ira...” O povo de Deus, aqueles que foram chamados para estar com Deus, para ter um relacionamento íntimo com ele, para conhecer a todo momento o que está no seu coração e na sua mente, esse povo tinha uma terrível tendência de se afastar dele. Perderam sua intimidade com Deus e o provocaram à ira. É isso que acontece quando um povo não mantém seu relacionamento íntimo com Deus, porque ele sabe das questões eternas que estão em jogo. Por isso Moisés disse: “...tanto provocastes à ira o Senhor, que a ira dele se acendeu contra vós para vos destruir”.

Mas não olhe agora para os israelitas. Olhe para o Deus dos israelitas. Se você é um líder espiritual de qualquer espécie – e se você é pai ou mãe, você já é líder –, lembre-se que o povo de Deus pode provocá-lo à ira a ponto de ele querer destruí-lo. Dentre todas as épocas da história, se houve alguma em que havia potencial para as nações serem destruídas por Deus, essa época seria agora! Só a poderosa mão de Deus pode evitá-lo.

Muitas pessoas me perguntam a respeito do fim dos tempos. Eu não sou um estudioso desses assuntos, mas sou um estudioso das Escrituras e sei que em Mateus 24 Jesus nos deu um sinal para indicar quando o fim dos tempos está se aproximando. Ele disse que haverá uma tribulação tal que se Deus não intervier ninguém sobreviverá. Depois ele acrescenta que por causa dos escolhidos, por amor ao seu povo, ele não permitirá que sejam destruídos.

Estamos vivendo numa época incomum, em que há justamente esse potencial de que Jesus falou. Há incontáveis terroristas dispostos a sacrificar suas vidas para tirar as vidas de outros. Os países têm o potencial de armas nucleares, armas biológicas e armas químicas, e, de tempos em tempos, ouvimos falar de uma nova substância tão letal que, se um dia fosse liberada, não haveria antídoto algum para neutralizá-la, o que desencadearia uma mortandade sem fim.

Deus disse a Moisés que estava tão zangado com o povo por causa do seu pecado que os destruiria a todos e começaria tudo de novo com Moisés. Se você estivesse no monte, e Deus lhe dissesse isso, o que você faria? É claro que dependeria do histórico da sua vida de oração. Até que ponto você conhece a Deus e até onde você conhece o convite de Deus para assumir uma posição entre ele e as pessoas, a fim de preservá-las?

Em Deuteronômio 9 e 10, Moisés descreve para o povo como entrou na presença de Deus e suplicou diante dele durante quarenta dias e quarenta noites – e isso por duas vezes. O Deus que disse que destruiria a todo o povo – diante da oração persistente, apaixonada e intensa de Moisés –, desviou-se daquele propósito e não o destruiu.

O Que Está Pesando no Coração de Deus?

Quando foi a última vez em que você sentiu que era importante descobrir o que estava no coração de Deus? O que está no coração de Deus em relação aos filhos que ele lhe deu? O que está no coração de Deus para a igreja à qual você pertence? Será que Deus decretaria o fim de uma igreja por causa dos seus pecados? Deus deixaria uma igreja morrer?

Jesus advertiu a igreja em Apocalipse 2: “Abandonaste o teu primeiro amor”. Ele estava dizendo às pessoas que elas não mais o amavam suficientemente para se reunir e orar. Os diáconos e anciãos não oravam mais, o pastor não orava com sua equipe, os líderes não se reuniam para buscar a Deus em oração intensa e conjunta. Por isso Deus lhes advertiu que se não se lembrassem da altura de onde caíram, se não se lembrassem de como se portavam anteriormente, se não se arrependessem e voltassem, o seu candeeiro seria removido. Deixariam de existir como igreja. Ele não permitiria que se chamassem filhos de Deus ou igreja de Deus sem ter uma vida de oração.

Recentemente, voltei ao texto de João 3.16 e recebi uma fortíssima percepção do coração de Deus de que é impossível entender esse versículo sem compreender o que Deus sente a respeito de uma palavra ali, a palavra “pereça”. O que Deus sabe sobre a pessoa que está partindo definitivamente para a eternidade sem ter seu relacionamento com ele restaurado através de Jesus Cristo? O que Deus sente sobre a pessoa que perece?

Há muitas ilustrações sobre isso nas Escrituras. Qualquer uma delas deveria nos impelir à oração. Uma descreve alguém indo para as trevas exteriores para todo o sempre, sem possibilidade de sair de lá. Outra fala de fogo e enxofre eternos. Ainda outra mostra um grande abismo entre o céu e o inferno, de modo que é impossível alguém passar de um para o outro.

Agora volte e leia João 3.16: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna.” Você acha que o coração de Deus está preocupado com aquele que pode perecer? “Não querendo [o Senhor] que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pe 3.9). Como isso deveria motivar sua vida de oração? Como uma igreja, conhecendo o que Deus sente a respeito das pessoas que perecem, deveria mobilizar-se a fim de evitar que as pessoas pereçam?

Que Tipo de Pessoa Deus Vai Levantar?

Em 1 Samuel 2.35, Deus expressou seu anseio desta forma: “Suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o que tenho no coração e na mente; edificar-lhe-ei uma casa estável, e andará ele diante do meu Ungido para sempre”. Deus está dizendo que vai levantar para si alguém que lhe será fiel, que procurará saber o que está em sua mente e coração e que, assim que souber, imediatamente o colocará em prática.

Deixe-me lhe perguntar: diante dessa definição de Deus, você é uma dessas pessoas que ele está levantando? Se não, por que não? Como podemos saber se Deus nos está levantando? O que significa ser levantado para ele, e como podemos saber quando Deus está colocando o seu coração sobre o nosso? Você tem notado que Deus está começando a empurrá-lo para um nível de oração nunca antes experimentado, e que nesse novo relacionamento ele deseja imprimir no seu coração o sentimento real do que está na mente e no coração dele nesses dias?

Estou convencido de que ninguém pode ter esse tipo de relacionamento com Deus e não orar por mudança. Moisés o fez. Quando soube o que estava no coração de Deus, ele entrou imediatamente em intensa intercessão.

Billy Graham disse: “O maior recurso ainda não explorado no mundo hoje é a oração”. Quero reafirmar: o que quer que tenhamos feito ou deixado de fazer é responsável por a nossa nação estar onde está. É necessário que haja oração para mudar o quadro como está hoje. De algum modo, Deus terá de encontrar alguém em algum lugar que acredite plenamente naquilo que ele fala em sua Palavra.

É isso o que Deus está procurando e é disso que a nossa nação precisa desesperadamente. No meio do povo de Deus estão as únicas pessoas que podem desempenhar esse papel. Os políticos não vão desempenhá-lo. O povo de Deus tem a oportunidade divina de perceber quando Deus está se movendo nos seus corações, levando-os a um relacionamento profundo com ele que nunca antes tiveram. Deus quer que conheçamos o que está no coração e na mente dele e que passemos a agir em cima disso.

Você está pronto para isso acontecer em sua vida? Você já ouviu o que Deus disse em sua Palavra, está ciente do que ele está procurando e do que ele quer iniciar? Tem sentido que algumas dessas coisas já estão sendo inseridas no seu coração? Está disposto a vir à presença de Deus e dizer: “Quero que tu saibas que a minha vida está inteiramente disponível a ti”? Você pode ter certeza de que Deus colocará o coração dele sobre o seu e, quando isso acontecer, ele o capacitará a agir em obediência.

Permita que Deus o use para expressar sua poderosa presença no meio da nação através de sua vida. Tenho visto Deus fazer isso comigo. Estou percebendo como ele tem conduzido minha vida em direções que eu nunca teria escolhido por mim mesmo. Estou observando como ele tem colocado sobre meu coração o seu pesar e sentimento sobre os confins da Terra de uma maneira que nunca antes havia visto. Estou compartilhando isso com meus filhos e observando o momento em que Deus também coloca o mesmo pesar no coração deles.

É assim que você tem orientado os seus filhos? O seu desejo é que sejam simplesmente bons cristãos que vão à igreja e tenham um bom emprego – isso o deixaria feliz? Onde está o coração para que a vontade de Deus se manifeste em suas vidas?

Você se lembra da aliança que Deus fez com Abraão? A partir de então, sempre se dizia: “Abraão, Isaque e Jacó”. Quantas gerações Deus quer impactar através de tocar em uma? Nesse caso, pelo menos três foram transformadas.

Você tem conduzido seu relacionamento com Deus de tal forma que seus filhos são atraídos e não querem fazer outra coisa senão servir o Senhor de todo o coração? O que está acontecendo na geração que vem depois da sua, naqueles que o estão seguindo? É importante observar, ficar atento para ver o que virá depois de mim. Há alguma intensidade naqueles que me seguem por terem observado minha vida? Se não, por que não? E por que não fazer uma diferença agora no meu modo de viver para que a próxima geração tenha uma intensidade muito além da minha?

Oração Apaixonada, Persistente, Prolongada

A oração não é uma oportunidade para dizer a Deus o que você quer que ele faça. Oração é estar na presença de Deus, no lugar onde ele graciosamente lhe revela o que está no coração e na mente dele. E esse encontro afeta você tão radicalmente que tudo muda – a maneira de viver, a maneira de falar, o modo de planejar, o modo de investir o tempo.

Sua nação vive um momento de crise? Está precisando de uma mudança radical? Precisa de um poderoso toque de Deus através de alguém que o conheça e saiba o que está em seu coração, que tenha uma paixão para orar até que Deus responda? Pequenas orações não alcançarão esse alvo. Somente o alcançará oração apaixonada, persistente, prolongada.

Em Lucas 18, Jesus disse que devemos orar sempre e nunca desistir. Para ilustrar, ele conta a história da mulher que procurou o juiz e persistiu até que este atendesse à sua queixa, afirmando com isso que o Pai celestial certamente ouvirá aqueles que a ele clamam dia e noite. A seguir, lemos uma das mais patéticas conclusões de toda a Bíblia: “Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará porventura fé na terra?” (Lc 18.8).

Se Deus expusesse nossos corações, será que encontraria pessoas que o conhecem, que crêem nele e que estão comprometidas a dedicar-se com paixão e intensidade na sua presença? Com certeza, numa hora como esta, diante da condição da nossa nação, com eleições se aproximando e terroristas ameaçando a estabilidade de vários países, não há dúvida de que Deus tenha algo no coração e na mente para revelar a alguns dos seus filhos a fim de que estes venham a orar segundo a mente e o coração de Deus.

Quero lhe perguntar: na sua vida de oração pessoal, como família, como casal ou como igreja, você pode dizer com toda a honestidade que sabe o que está no coração e na mente de Deus com relação ao futuro iminente? O que você sabe tem desencadeado alguma enorme carga de oração, um desejo de se envolver com o que Deus está para fazer, seja o que for? Ou você teria de admitir: “Eu sou um filho de Deus, mas preciso reconhecer que não estou verdadeiramente envolvido com oração”.

Por toda a Bíblia, sempre que Deus estava para fazer alguma coisa, ele procurou alguém que se colocasse diante dele em oração de tal modo que pudesse revelar-lhe o coração e os pensamentos. Nesta hora crítica em que estamos, você seria um daqueles? Talvez você não entenda o que isso pode envolver, só sabe que o Espírito de Deus está lhe dizendo: “Não deixe este momento passar”. Deus está procurando sua vida, está seguindo você e quer instruí-lo a orar de tal modo que sua vida seja usada por Deus para fazer uma diferença e mudar o curso da história.

O apóstolo Paulo o expressou assim em 2 Coríntios 5.9-11:

É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe ser agradáveis. Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo. E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos aos homens...

Qual é a motivação (ou falta de motivação) que você tem para ser uma pessoa de oração através de quem Deus possa mudar o curso da história ou o curso de sua família, igreja, cidade, estado ou nação? Estou convencido de que Deus teria o suficiente para reverter o rumo da nação, se tão-somente nos uníssemos a ele. Seria você um daqueles? Eu não posso tomar essa decisão por você.

Deus está esperando para ver o que você vai fazer agora. Uma vez que conhece a verdade, o que você faz a seguir define o que acredita a respeito de Deus. As questões que estão em jogo são muito sérias. A eternidade é o que está em jogo, e você pode influir no resultado. Nunca, em toda minha vida, senti que Deus estava tratando comigo de forma tão radical e completa como agora; choro diante do Senhor, temendo não alcançar o nível que ele está procurando. Estou me rendendo vez após vez a ele.

Henry Blackaby é autor e conferencista, com um ministério dedicado a levar os cristãos a verdadeiras experiências com Deus e a promover avivamento e despertamento na Igreja. Sua obra mais conhecida é “Experiências com Deus”. Mais informações sobre suas obras e ministério no site: www.blackaby.org.

por Henry Blackaby