sábado, 18 de junho de 2011

A CIÊNCIA E OS ETs

A CIÊNCIA E OS ETs

Estamos sozinhos no Universo ou existe vida em outros planetas? Histórias sobre discos voadores e contatos com extraterrestres produzem muitas especulações e reboliço na imprensa mundial. Atualmente, a polêmica ganhou um aliado de peso, Stephen Hawking, físico britânico que ocupou durante muitos anos a cadeira de Isaac Newton em Cambridge e é um dos mais respeitados do mundo. Em uma entrevista recente, fez declarações intrigantes sobre a vida fora da Terra. Baseando-se no fato de que há 100 bilhões de galáxias no universo, cada uma com milhões de estrelas, afirmou, à semelhança de outros cientistas, que seria muita pretensão nossa achar que estamos sozinhos nessa infinidade de astros.

Porém, existe, de fato, algum resultado de pesquisa que comprove essa afirmação? Algum sinal de vida extraterrestre, ainda que primitiva, já foi encontrado? De onde procedem todas as informações que temos hoje sobre os extraterrestres?

Hawking afirma que é perfeitamente racional achar que os alienígenas existam. Nós, humanos, porém, deveríamos evitar qualquer contato com eles, em vista do grande risco de serem predadores. Se os ETs nos visitarem, as consequências poderão ser semelhantes às do desembarque de Cristóvão Colombo na América – nada menos que desastrosas para os nativos. Ele aconselha que o homem pare de mandar sondas para o espaço com mapas da Terra e mensagens de boas-vindas. Por outro lado, contradizendo a si mesmo, Stephen Hawking entende que o mais provável é que outros planetas apresentem apenas vida primitiva, de microorganismos ou no máximo de animais semelhantes a lagartos, em vez de seres inteligentes capazes de fazer uma viagem interestelar.

Declarações desse tipo ganham a mídia com muita rapidez, e, pelo fato de virem de um cientista renomado, as pessoas as aceitam como verdade absoluta. Isso ficou bem demonstrado num debate recente na Internet. Quando um jovem que defendia a opinião de Hawking foi questionado por outro participante sobre acreditar que o cientista apresentara alguma evidência, a resposta foi: “Eu acredito porque ele é um cientista e com certeza deve ter usado o método científico”. O jovem nem sequer investigou os dados ou checou se houve observações experimentais – simplesmente acreditou! Ou seja, a ciência nada descobriu até agora, mas, mesmo assim, cientistas fazem declarações categóricas em cima de teorias, levando muitos atrás de ideias absurdas.

O QUE JÁ FOI COMPROVADO SOBRE VIDA EXTRATERRESTRE

Os defensores da vida extraterrestre precisam responder a duas questões básicas: primeiro, se existem condições favoráveis à vida em algum outro lugar no universo; segundo, caso existam alienígenas e caso sejam muito mais inteligentes que os terráqueos, como e por que venceriam as grandes distâncias entre nós e seu planeta original para fazer contato com a Terra? Até hoje, nenhuma pesquisa científica conseguiu responder a qualquer uma das duas.

De acordo com o conhecimento atual, nenhum outro planeta foi encontrado em que a vida fosse, ao menos, possível. Este precisaria atender a várias necessidades ao mesmo tempo (e não apenas a uma delas), como temperatura ambiente, existência de água e elementos orgânicos indispensáveis à vida, velocidade ideal nos movimentos de rotação e translação, concentração vital de gases atmosféricos, campo magnético, força de gravidade, distância correta do seu sol, uma superfície que suprisse diversas condições semelhantes às que ocorrem na Terra, dentre muitos outros fatores.

Até agora, os astrônomos só encontraram algumas dessas condições em um planeta de outro sistema solar. Ele orbita em torno da estrela Pégaso de nossa Via Láctea, distante de nós 45 anos-luz. Mas, como está 20 vezes mais próxima de seu sol do que a Terra do nosso, a vida lá seria impossível devido ao calor de até 1.700º C. Outros possíveis planetas não passam de gigantes gasosos, como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Esses não têm uma superfície sólida, e, portanto, seria impossível a vida desenvolver-se lá.

No início de agosto de 1996, pesquisadores da Nasa anunciaram a descoberta de vida em Marte após encontrarem possíveis restos de nanobactéria em um meteorito que supostamente viera daquele planeta. Esse material também poderia ser bolinhas de lama petrificada, ressaltaram. Uma prova de “vida”, na verdade, não existia, mas, para a mídia, foi uma evidência de que existiu vida em Marte. Outras pesquisas seguiram a linha de tentar encontrar água em outros planetas, como se isso em si provasse alguma coisa. Onde há vida, certamente haverá água; porém, onde há água, não haverá, necessariamente, vida.

Mesmo que até agora não exista a menor prova científica da existência de vida extraterrena, muitos astrônomos – sob o impacto da quantidade enorme de estrelas – acham que a vida, como é concebida na Terra, também teria de ter surgido em outros lugares. Os cientistas americanos do Seti (Search for Extraterrestrial Intelligence – Busca de Inteligência Extraterrestre) partiram da hipótese de que seres inteligentes poderiam utilizar ondas eletromagnéticas moduladas (AM ou FM), as mesmas produzidas pelos terráqueos, para transmitir informação. Embora estejam usando radiotelescópios desde 1960 para tentar captar sinais de extraterrestres, até hoje não captaram nada que pudesse ser uma comunicação de outra civilização.

Embora a ciência tente demonstrar total objetividade com relação às motivações e conclusões, nota-se claramente um grande interesse em provar que existe vida, por elementar que seja, em outros pontos do Universo. É o mesmo interesse que desperta quando alguém encontra um fóssil, com a possibilidade de finalmente ter achado alguma prova para a teoria da evolução das espécies. Inconscientemente ou não, o homem deseja comprovar sua ideia fixa de que a vida surgiu espontaneamente, eliminando, assim, a necessidade de um Deus para explicar ou governar nossa existência.

APARIÇÕES DE ETs NA TERRA

Considerando-se que exista vida em algum lugar do espaço, uma visita de extraterrestres à Terra, como as sugeridas pelos relatos de óvnis, seria praticamente impossível. O principal empecilho são as distâncias inimaginavelmente grandes e, com isso, o longo tempo de viagem que se faz necessário. A estrela mais próxima da Terra, chamada Proxima Centauri, fica a 4,3 anos-luz, ou seja, 40,7 trilhões de quilômetros. O ônibus espacial da Nasa, viajando a aproximadamente 28 mil km/h, levaria 168 mil anos para vencer essa distância. A espaçonave mais veloz que a espécie humana já construiu até agora (Voyager da Nasa) levaria 80 mil anos nesse percurso. Mesmo com um reator de fusão nuclear, o combustível necessário para a viagem ocuparia mil navios supertanques e levaria 900 anos.

Se existisse alguma força de impulsão que alcançasse um décimo da velocidade da luz, mesmo assim a viagem levaria 43 anos. Segundo os cálculos aproximados do físico nuclear sueco C. Miliekowsky, seriam necessárias quantidades enormes de energia para a propulsão. Elas equivaleriam à quantidade de energia elétrica consumida atualmente pelo mundo inteiro em um mês. Além do mais, as pequenas partículas de poeira que flutuam no espaço representam um problema para as sondas espaciais, pois colidiriam com elas causando sua explosão. Tudo isso torna uma viagem de eventuais extraterrestres até nós ou de nós até eles praticamente impossível.

Devido às distâncias enormes e gastos energéticos envolvidos, é muito improvável que as dezenas de óvnis noticiados a cada ano pudessem ser visitantes de outros planetas, tão fascinados com a Terra que estariam dispostos a gastar quantidades fantásticas de tempo e energia para chegar aqui. A maioria dos óvnis, quando estudados, revelam-se como fenômenos naturais, como balões, meteoros, planetas brilhantes ou aviões militares classificados. De fato, nenhum óvni jamais deixou evidência física que pudesse ser estudada em laboratórios para demonstrar sua origem de fora da Terra.

PUBLICAÇÕES EM REVISTAS

A revista alemã Focus relatou que 90% das notícias de óvnis são consideradas disparates, mas os 10% restantes são suficientes para o surgimento de muitas especulações. Um exemplo foi apresentado pela Revista Isto É, de 20/10/2010, com a matéria intitulada “A história oficial do ET de Varginha”, esclarecendo uma possível aparição de extraterrestres na cidade de Varginha, no interior de Minas Gerais, em janeiro de 1996. Naquela época, três meninas (e também algumas crianças) disseram ter visto um ser incomum agachado, que chorava alto e fino quando acuado. Paralelo a esse relato, outras pessoas também alegaram ter visto um óvni semelhante a um submarino sobrevoando a cidade e, logo em seguida, a sua queda. Também foi citado que militares capturaram o corpo de um ET e o levaram para necropsia em Campinas.

Essa história teve repercussão em todo o mundo e fez de Varginha um centro de romaria internacional para estudos ufológicos. Segundo a revista, tudo não passou de um equívoco, em que algumas pessoas viram um doente mental, que mora em frente ao terreno onde os boatos se originaram e que fica agachado o tempo todo, e acharam que era um ET.

UFOLOGIA

O estudo dos óvnis (objetos voadores não identificados) é conhecido como Ufologia e pode ser dividido em científica e mística. A ufologia científica analisa as possíveis aparições e demais acontecimentos inexplicáveis pela ciência naturalista. Já a ufologia mística preocupa-se mais com as mensagens e questões filosóficas relacionadas com essas visitações extraterrestres.

O livro Eram os deuses astronautas? organizou muitas dessas ideias a partir de fatos inexplicáveis que aconteceram em vários períodos da história da humanidade. Trata-se, em geral, de projetos arquitetônicos, de 2 a 4 mil anos atrás que só poderiam ser executados por uma inteligência sobrehumana, muito mais desenvolvida do que a atual.

Como se pode explicar a construção das pirâmides do Egito, em que cálculos avançados de engenharia, astronomia e geometria foram utilizados? Como os imensos blocos de pedra, de até 85 toneladas, foram arrastados e empilhados com tamanha precisão?

E quanto a Stonehenge, na Inglaterra, onde rochas com 5 toneladas foram transportadas por até 400 quilometros de distância, e blocos com 45 toneladas por uma distância de 30 km? Quem a construiu, com que objetivo e, novamente, como as pedras gigantescas foram transportadas e colocadas sobre os imensos pilares?

Podemos lançar os mesmos questionamentos a respeito das pirâmides astecas, no México ou as enormes cabeças de pedra na ilha de Páscoa, no Chile. Na costa peruana, encontramos estruturas misteriosas, as linhas de Nazca, que são imensos desenhos em formato de animais que só podem ser identificados do céu (quem olha para o local, embaixo, só vê valas extensas sobre o solo rochoso e desértico). Quem os riscou, e com que propósito, já que não podem ser discernidos no nível terrestre?

E o que dizer da superfície do planeta Marte, onde a sonda espacial registrou a presença de três pirâmides, uma fortaleza de pedras, enormes estruturas inacabadas e algo semelhante a um rosto humano?

Na ausência de explicações naturais plausíveis, e diante dos avançados conhecimentos necessários para a construção das pirâmides do Egito, surgiu a hipótese da participação de seres superiores, que seriam os verdadeiros responsáveis pela obra. O que os antigos egípcios chamavam de deuses, segundo alguns ufólogos, eram, na realidade, astronautas extraterrestres que usaram sua tecnologia superior para construir as pirâmides. Essa crença também se aplica a todos os outros fenômenos misteriosos para as quais a ciência não conseguiu dar uma explicação sustentável. Um fato interessante é que todas essas construções são locais para comunicação com divindades e práticas de alta magia; há também relatos de sacrifícios humanos e animais, rituais que incluíam relações sexuais com essas divindades, além de outras práticas de ocultismo.

A ufologia, para muitos, tende a transformar-se em ufolatria quando a influência religiosa esotérica é marcante. Observa-se também uma relaçao muito próxima com praticamente todas as seitas e práticas espiritualistas e ocultistas, como druidas, celtas e diversas formas de magia, espiritismo e nova era. Algumas descrições de contatos com ETs só são possíveis com a ajuda da parapsicologia e hipnose. A comunicação com os alienígenas é feita por telepatia. Em alguns relatos, a relação sexual com ETs é citada.

A BÍBLIA E OS SERES EXTRATERRESTRES

Se considerarmos que extraterrestre inclui toda forma de vida que não pertence a este planeta, a Bíblia traz muitos relatos de “visitações” extraterrestres. Ela não oferece nenhuma base para a existência de vida natural ou corpórea em outros planetas, seja ela primitiva ou inteligente. Porém, menciona seres espirituais, como anjos e demônios, além do próprio Deus.

Anjos são seres espirituais criados, dotados de juízo moral e alta inteligência, mas desprovidos de corpo físico. Em geral, não podemos vê-los, a não ser que Deus nos dê a capacidade especial de enxergá-los (Nm 22.31; Lc 2.13). Algumas vezes, assumiram a forma corpórea, aparecendo a diversas pessoas nas Escrituras (Mt 28.5; Hb 13.2). São mais poderosos que os homens (Sl 103.20; Mt 28.2; Hb 2.7), protegem-nos (Sl 34.7; 91.11) e atuam na luta contra os poderes demoníacos controlados por Satanás (Dn 10.13; Ap 12.7-8; 20.1-3).

Como os anjos, os demônios também são seres espirituais criados, dotados de discernimento moral e elevada inteligência, desprovidos de corpo. Em virtude de uma rebelião no mundo espiritual, muitos anjos voltaram-se contra Deus e se tornaram maus (2 Pe 2.4; Jd 6; veja também Is 14.12-15 e Ez 28.2-10).

Satanás exerce influência desde o início da humanidade, de forma sutil e velada, muitas vezes sob o disfarce de deuses. Os cultos oferecidos aos ídolos das nações que cercavam a Israel eram, na verdade, culto a Satanás e seus demônios (Dt 32.16-17; Sl 106.35-37; 1 Co 10.20). Com o propósito de destruir todas as boas obras de Deus, o culto aos ídolos demoníacos se caracterizava pelo sacrifício de crianças (Sl 106.35-37), autoflagelação (1 Rs 18.28; Dt 14.1) e prostituição cultual (Dt 23.17; 1 Rs 14.24; Os 4.14). O culto a demônios leva comumente a práticas imorais e autodestrutivas.

Podemos concluir, também, que as batalhas que os israelitas travavam contra nações pagãs eram, de fato, batalhas contra as forças demoníacas que as dominavam. Eram verdadeiras guerras espirituais que os israelitas jamais conseguiriam vencer sem o poder sobrenatural de Deus no reino espiritual. As lutas que travamos hoje contra o mundo em suas diversas manifestações são também guerras espirituais que requerem reforço e intervenção divina (1 Jo 5.19).

As táticas do diabo e dos seus demônios são a mentira (Jo 8.44), o engano (Ap 12.9), o homicídio (Sl 106.37) e todo e qualquer tipo de ação destrutiva no intuito de fazer as pessoas se afastarem de Deus rumo à destruição (Jo 10.10). Lançam mão de qualquer artifício para cegar as pessoas ao evangelho (2 Co 4.4) e mantê-las presas a coisas que as impedem de aproximar-se de Deus (Gl 4.8)

Um relato bíblico intrigante é sobre algo que aconteceu antes do dilúvio. O texto de Gênesis 6 diz que houve união carnal entre os filhos de Deus e as formosas filhas dos homens, o que resultou no nascimento de gigantes, homens valentes, varões de renome na antiguidade.

Existem várias teorias sobre o significado de tal união (como, por exemplo, que era a mistura das linhagens de Sete e Caim); o problema é que não justificam a intensidade da ira de Deus a ponto de arrepender-se de ter feito o homem na Terra. Ainda que tenhamos dificuldade em explicar plenamente o que aconteceu, o texto parece indicar que houve mesmo uma interação malfadada entre seres humanos e seres “extraterrestres”.

Mesmo depois do dilúvio, com a destruição de toda aquela raça “mestiça”, ainda aparecem relatos de gigantes na terra de Canaã, como a história de Golias que foi derrotado por Davi. Os ufólogos também usam esses relatos para afirmar que houve relações sexuais entre extraterrestres e a raça humana. Uma possibilidade a ser considerada é que os rituais demoníacos incluíam práticas de orgias sexuais entre pessoas canalizadas por potestades demoníacas ou até mesmo demônios manifestos na forma humana. Nesse caso, mulheres poderiam ter tido contato com uma energia tão poderosa que foi capaz de provocar mutações no DNA de seus filhos, aumentando sua estatura. O fato de haver gigantes em Canaã nos leva a crer que os rituais com prostituição cultual continuaram a ocorrer após o dilúvio, o que novamente provocou a ira de Deus, que enviou a nação de Israel como instrumento para exercer seu juízo.

Já que não existe nenhuma comprovação de vida em outros planetas, sem falar da impossibilidade de uma viagem interplanetária, os relatos sobre aparições de óvnis e ETs não podem ser considerados como provas de seres em outros planetas. Quando não são invenções, superstições ou equívocos, muito provavelmente são manifestações demoníacas com o único objetivo de manter a humanidade no engano e afastá-la do propósito eterno de Deus, até mesmo por sua íntima ligação com práticas de ocultismo e magia reprovadas em todo o Velho Testamento e no Novo também. “Não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2 Co 11.14).Por Ezequiel Netto